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Ghillean Prance fala português fluentemente. O sotaque carregado, entretanto, não passa despercebido. Estamos conversando com um cavalheiro do Reino Britânico, condecorado pela Rainha Elizabeth, em 1995, pelos serviços prestados às ciências naturais. O senhor de barba e cabelos brancos teve seu trabalho reconhecido não somente no país onde nasceu, mas o tem aqui também, no coração da Floresta Amazônica.
Já se vão quase 50 anos desde que Sir Ghillean Prance pisou pela primeira vez na floresta brasileira. A paixão por este bioma o transformou num dos maiores conhecedores da flora tropical do país. E ainda hoje, aos 78 anos, ele luta pela preservação da mata através de uma convivência sustentável entre homem e natureza.
O jovem, que desde criança demonstrava interesse enorme pelas plantas, formou-se em Biologia pela Universidade de Oxford e fez doutorado justamente sobre plantas da Amazônia, ainda em 1965. Desde então, fez inúmeras viagens ao Brasil e chegou a morar no país várias vezes. As pesquisas em que aqui se envolveu foram tão importantes que diversas espécies da flora brasileira levam o nome Prance.
Sir Ghillean Prance também foi durante onze anos diretor do jardim botânico de Londres, o Kew Gardens*, período este em que contribuiu para que houvesse uma forte parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). O pesquisador é membro da Academia Brasileira de Ciências.
Em entrevista exclusiva ao Conexão Planeta por telefone, Sir Ghillean falou sobre degradação da floresta, uso sustentável da madeira, equilíbrio entre homem e natureza e como se sente privilegiado em ter tido a Amazônia como campo de trabalho.
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