quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Cagados

 https://www.revistaecotour.news/2017/11/brasil-tem-um-dos-cagados-mais.html


O cágado-rajado, também conhecido como cágado-ferradura, foi descrito para a ciência apenas em 1983 e desde então pouca atenção e pesquisa foi direcionada. É restrita a rios da Mata Atlântica e Pampas e há cerca de duas décadas cientistas sugeriram que ela corre risco de extinção. Sua distribuição geográfica inclui Uruguai, sul do Brasil, norte da Argentina e sudeste do Paraguai. Geralmente populações do cágado-rajado são vistas sobre rochas em trechos de correnteza. Nos dias ensolarados, os indivíduos se agregam sobre rochas em áreas de rios com forte correnteza para regular sua temperatura corporal. Os indivíduos se movem de forma mais intensa ao anoitecer e nas primeiras horas da noite. Seu habitat preferencial inclui rios de leitos rochosos com alto fluxo d'água e preferencialmente livres de poluição.
A espécie é raramente encontrada fora do curso d'água. O uso do ambiente terrestre é limitado à estação reprodutiva, quando as fêmeas colocam ovos em ninhos construídos ao longo das margens dos rios. Ainda pouco se sabe sobre os seus hábitos alimentares, porém crustáceos que são geralmente encontrados em águas preservadas foram identificados como o principal item alimentar. Atualmente a espécie é categorizada como vulnerável principalmente devido à instalação de hidrelétricas.


https://jornal.ufg.br/n/171251-expansao-de-hidreletricas-ameaca-cagado-em-risco-de-extincao




Pesquisadores de universidades federais e colaboradores do terceiro setor unem esforços para publicar um estudo inédito que sugere que a expansão das hidrelétricas aumenta o risco de extinção de um cágado endêmico. O estudo pioneiro foi publicado na revista científica Journal of Applied Ecology (Jornal de Ecologia Aplicada, em portugês), no dia 26 de junho de 2023 e avalia os impactos de usinas hidrelétricas na distribuição de uma espécie de quelônio endêmica e ameaçada, o cágado-rajado (Phrynops williamsi). O estudo foi liderado pelo professor e pesquisador André Luis Regolin do Instituto de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Goiás. Para prevenir e mitigar os impactos, o trabalho classifica as futuras usinas hidrelétricas de acordo com seus efeitos adversos sobre a distribuição da espécie.

A conclusão dos pesquisadores foi construída a partir de modelos de nicho ecológico que estimaram a distribuição da espécie e, em seguida, compararam a distribuição da espécie com as usinas hidrelétricas atuais e planejadas no Brasil. O estudo verificou se as localizações das usinas hidrelétricas coincidem com áreas de alta adequabilidade. Também foi avaliada a diferença na magnitude dos impactos nas espécies causados pelas usinas hidrelétricas em relação à sua fase de licenciamento e tipo. Ainda, o estudo identificou as áreas prioritárias para a conservação da espécie nos locais onde estão planejadas novas usinas hidrelétricas, com base em uma análise integrativa de modelos de nicho ecológico e conectividade hidrológica. Por fim, os cientistas avaliaram o risco de extinção da espécie em vários níveis.



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